Livro “Peregrinos”

Livro Peregrinos

Pequeno livro da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) que dá um retrato dos diferentes “tipos” de peregrinos, as suas motivações, desafios, buscas, sofrimentos, alegrias e caminhos percorridos.
Uma vez mais, apesar de cada um de nós ter a sua própria história e singularidades, é impossível não nos identificarmos com algo nas diferentes histórias que nos são apresentadas.
“Muito mais é o que nos une, do que aquilo que nos separa”.

 

Sinopse

Todos conhecemos alguém que foi a Fátima a pé. Nas televisões, as imagens mostram milhares de peregrinos reunidos na Cova da Iria, em Fátima. Mas, entre a multidão imensa, quem são eles ao certo, todos e cada um? Quem é João, que caminha descalço pela saúde do filho? Ou quem é Marleen, que quer fazer as pazes consigo própria, dividida entre a fé católica e uma interrupção de gravidez? As histórias de quem agradece uma dádiva ou pede pelos que ama. O rosto dos ‘Peregrinos’.


Excertos

Admite que não sabe «explicar bem» o sentido deste sofrimento a que se submete, mas garante que não é uma moeda de troca. «Deus não quer negócios, mas se prometemos é bom que cumpramos. (Pg. 14)

Pedro Diogo «chora muito» em Fátima. «Não é sofrimento, nem alegria. É uma mistura de sentimentos indescritível. Liberto-me do que está acumulado. Vou daqui renovado. Conheço um padre que diz que os santuários são antenas ligadas ao céu – é isso mesmo.» Nunca fez promessas – é peregrino desde 2011 – mas traz sempre uma intenção. (Pg. 21)

Para o santuário galego cruzou-se, durante duas semanas, com outros peregrinos e fez amizades, como a de uma polaca com quem se riu muito. «Perguntei-lhe se não havia problema em nos divertirmos porque estávamos a peregrinar ou por nos sentarmos na praia. Imaginei o universo a responder [ensaia uma voz grossa, cinematográfica]: “Claro, foi por isso que eu a criei!”» (Pg. 26)

«Tudo isto deu-me o mundo. Quando se caminha, caminha-se no mundo em si. Sentimo-nos libertos da vida diária: acordamos de manhã, temos a mochila e toda a nossa vida está lá. À noite, paramos, comemos e vamos para a cama. É uma vida simples. Sentimos que a vida que vivemos está distante. E ajuda a pôr as coisas em perspectiva.» (Pg. 28)

«Mais do que as fórmulas e os ritos, estão ali vidas, muitas delas sofridas.» Uma vez um padre seu colega tentou dissuadir uma senhora que percorria de joelhos a passadeira do recinto. «Disse-lhe que ela não precisava de fazer aquilo. Ela respondeu: “Deus não precisa que faça isto, o senhor padre também não, mas eu preciso. Não imagina o quão grata estou”.» (Pg. 58)

O que é que as pessoas procuram no caminho, padre Jorge?
Um tempo de retiro. Uma coisa é estar a cozinhar e a pensar na vida. Outra é ir para o caminho e ter horas e horas para rezar e apaziguar determinado assunto. Há coisas na nossa vida que precisam de muitos quilómetros para ficarem resolvidas. (Pg. 59)

«Ser peregrino é desinstalar-se continuamente, é fazer da vida um contínuo deslocar-se de um lugar para o outro, superando as dificuldades vivenciadas no caminho.» (Pg. 61)

NOTA: Se alguém quiser o livro, ofereço. :) Tem sido a minha política nos últimos anos, ler e passar a outros (quando são da minha colecção, claro). :) Basta enviar um e-mail para sousaluisa1@gmail.com .

Actualização: O livro já tem novo dono.

Outros livros sobre o Caminho de Santiago:
– “Um Caminho para Todos – Diário de uma Peregrina no Caminho de Santiago“, de Luísa Sousa
– “GPS do Peregrino
– “Olhares de um Peregrino no Caminho de Santiago”, de Luís Ferreira e Nuno Sousa
– “Caminho do Amor“, de Alexandre Narciso e Anabela Narciso
– “O Caminho se Faz Caminhando“, de Vanessa Omena
– “I’m Off Then: Losing and Finding Myself on the Camino de Santiago”, de Hape Kerkeling
– “Alguma Dor Cura a Alma”, de Carlos Ferreira
– “Santiago Santiago – Caminho de Santos, Cavaleiros, Heróis e Vilões”, de Hans Aebli

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