Contra tudo o que em mim é habitual, apareci sem ser convidada. Não resisti!
Na véspera expus-te a dúvida existencial de ir ou ficar. Respondeste de imediato “Vai. Depois se não for preciso, voltas, não perdes nada.” Ainda na dúvida retorqui, “Fico com menos um dia, menos um com vocês.” Desta vez não deixaste espaço para ripostar “Vai!”
E fui. E agradeço-te, mano, por nas horas em que vacilo seres sempre o primeiro a apoiar. Foi assim há 3 anos para a primeira ida a Santiago, quando nem eu acreditava ainda que fosse capaz e tem sido assim sempre. Priceless!
Cheguei, porta fechada! Contratempo típico das surpresas, mas não foi tempo perdido. Aproveitei para me sentar nas escadas, naquelas escadas que tinham sido o meu ponto preferido durante toda a anterior estadia. Pouco tempo passou, mas tinha saudades de ali estar, uma urgência de voltar, pois a partida não foi pacífica. Deixei-me ficar um pouco, que bem se estava ali!
Aproveitei o resto da manhã para dar uma volta, o trajecto foi-me familiar. No caminho de regresso a casa, um reencontro, uma conversa de janela […] que me fez recordar um texto ouvido dias antes, “Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja (…)”.
Voltando a sentar-me nas escadas, ainda com estas palavras a fazerem eco, tudo fez sentido e instalou-se a paz no meio do caos.
Despertei ao ouvir “Luísa, Luísa”, num tom misto de “Bem-vinda” e “O que fazes aqui?!” :)
Trabalho a fazer, muito, tristeza por não ter uma solução, muita, assistir à desolação alheia, duro, mas ainda assim, em paz. É essencial o tempo do luto para renascer em força. Eu acredito!
Um jantar supimpa e outra conversa a anteceder a despedida. No meio do caos, a alegria de ter estado presente, apenas por ter estado, nada mais.
Obrigada!
Até breve, desta vez, com aviso.
Longe, mas sempre perto
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