A semana enquanto hospitaleira em Águeda foi proveitosa. Claro que há pontos mencionados abaixo que são do senso comum e podem ser aplicados a inúmeras situações, mas este tempo serviu para reflectir e experienciar mais intensivamente alguns aspectos.
Infelizmente, falhei em vários…
– Não é preciso ter sido peregrino para desempenhar um bom trabalho enquanto hospitaleiro. (Todos os hospitaleiros/voluntários do Albergue de Águeda nunca fizeram o caminho e o seu empenho e dedicação são notáveis!)
– Servir sem esperar ser servido.
– Saber falar uma língua comum ou disponibilizar o maior conforto é importante, mas receber com um sorriso é precioso!
– Tudo sabe melhor quando é partilhado.
– Perceber o outro. (Dar o espaço necessário, falar, saber ouvir.., tudo tem o seu tempo próprio e não é igual para todas as pessoas.)
– Mais vale dar a mais, do que a menos. (Que a timidez não impere.)
– Não há dois peregrinos iguais e, no entanto, todos podem ser especiais.
– Colocar as coisas em perspectiva. (Se fazer 1 mês de caminho parece muito, quando conhecemos quem está há meses e meses a percorrê-lo, já não é assim tanto! Um pacote de bolachas pode ser banal, mas receber uma última bolacha guardada para um futuro lanche, é um tesouro!)
– Há tantas formas de percorrer o Caminho, quanto o número de peregrinos. A designação do “verdadeiro peregrino” cada vez faz-me menos sentido.
– Os encontros no Caminho são intensos porque as máscaras do dia-a-dia vão caindo e mostra-se o que realmente somos, proporcionando momentos de curta duração, mas marcantes. (Merci Corinne!)
– Pôr amor e dedicação em tudo o que se faz. (“Tudo o que é digno de ser feito, é digno de ser bem feito”. Há tarefas menos apetecíveis, para mim, a parte das limpezas. Mas pôr um sentido na sua realização, muda tudo!)
– Deus escreve mesmo direito por linhas tortas! ;)
Gostaria ainda de:
– ter estado sempre presente de manhã na saída dos peregrinos;
– ter gosto e aptidão para cozinhar, de modo a ter podido confeccionar o jantar e partilhar esse momento com os peregrinos.
Tenho esperança que esta experiência tenha várias consequências: me torne melhor peregrina, melhor hospitaleira e, consequentemente, melhor pessoa! :) Fica a esperança….